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O perigo de se compartilhar denúncias nas redes sociais



Uma denúncia feita em um grupo do bairro Menino Deus no início do ano, causou muitos transtornos para uma ex-moradora que deseja não ser identificada.
Na publicação feita em 14 de fevereiro de 2020, ela anexou uma foto, de uma esquina vazia durante a noite, para denunciar o que ocorria naquela região.

— Quando postei aquilo no grupo, estava pedindo ajuda. Foi a única forma que encontrei de poder desabafar sobre o que ocorria todas as noites naquela esquina. E eu não era a única que me sentia incomodada.

Na denúncia, ela informou que "moradores de rua faziam muita baderna, perturbando o sossego, além de venderem drogas no local".

— Só não via quem não queria se envolver. Muitos me criticaram e me xingaram, dizendo que eu era uma desocupada. Que eu era daquelas que ficava na janela cuidando da vida dos outros. Pelo contrário. Não me importava com a presença deles ali. Mas como eu iria conseguir dormir, ouvindo algazarras durante a madrugada inteira?

E os problemas só estavam começando.

— Eu estava com minha filha de 7 anos, passeando na Avenida Getúlio Vargas quando um dos moradores de rua que dormiam naquela esquina (da foto publicada), nos atacou. Me chamou de coisas muito feias e disse que eu iria me arrepender de ter feito aquela reclamação no Facebook.

Assustada e sem entender como ele tomou ciência do fato, ela se dirigiu a uma delegacia de polícia para registrar ocorrência.

— No dia seguinte precisei ir ao supermercado e fui abordada pelo mesmo homem no trajeto. Ele dizia: "Achou que eu não ia ficar sabendo?", "Tenho amigos no seu prédio e eles me mostraram a tua fotinho no Facebook. Ou vai dizer agora que não reclamou de nós (sic)?".

Segundo ela, a publicação teria sido mostrada a ele por alguns membros do mesmo grupo.

— Fiquei indignada! Como foram capazes de fazer uma coisa destas? Me colocaram em risco. Disseram até onde eu morava e qual era a minha janela, pois fomos acordados de madrugada com um estouro no vidro da sala. Alguém simplesmente atirou uma pedra.

Com medo de retaliações, ela excluiu sua conta no Facebook e se mudou para outro endereço.

Um fato semelhante ocorreu em agosto de 2016 com outro morador do bairro. Ao reclamar em um grupo sobre moradores em situação de rua que gritavam todas as noites, atrapalhando seu sono, ele passou a sofrer ameaças dos mesmos, após outros membros do grupo terem revelado seu nome, sua foto de perfil e de terem mostrado a publicação para eles.



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