Cada passageiro, um personagem com uma história diferente para contar. Foi assim que surgiu a ideia do livro “Taxitramas - Diário de um Taxista”, de Mauro Castro, que já está em sua quarta edição e deve virar série de TV no meio do ano.
Foto: Bruna Castro
Mauro é taxista, escritor e amante da fotografia. Em sua conta no
Instagram, seus mais de 3 mil seguidores podem acompanhar seus cliques, através de um novo ângulo: pelo espelho retrovisor esquerdo do táxi.
Nossa equipe conversou com ele pelo Facebook. Confira a entrevista abaixo:
Quando você começou a trabalhar com táxi?
— Comecei no século passado. Idos de 1986.
Onde fica o seu ponto?
— Saldanha Marinho/Getúlio Vargas, no Menino Deus.
Em que turno você trabalha?
— Durante o dia. Das 7h às 17h.
Conte-nos algo que marcou sua profissão.
— Minha profissão é marcada pela interação. O contato com as pessoas.
Você acha que atualmente o Menino Deus é um bairro seguro?
— É tão inseguro quanto todo o resto da cidade.
O que você acha que mudou no comportamento das pessoas (passageiros) e na cidade durante todo esse tempo?
— A crescente dificuldade em se comunicar, a falta do olho-no-olho.
Você tem alguma lembrança do bairro Menino Deus, que mereça ser compartilhada?
— As casas de “família” da Av. Getúlio Vargas (várias).
Como surgiu a ideia de escrever o livro ‘Taxitramas - Diário de um Táxista’?
— Ideia de um passageiro (Cyro Martins Filho), então editor do jornal Diário Gaúcho. Ele acabou me cedendo um espaço no jornal, que assinei por 12 anos, contando as histórias de taxista.
Quantos volumes já tem o livro?
— Quatro.
Onde ele é vendido (ou onde pode ser encontrado)?
— Somente no meu táxi, ou pelo correio.
Os 4 volumes de "Taxitramas - Diário de um Taxista"
Todas as histórias do livro são verdadeiras?
— Todas baseadas em corridas reais.
Algum passageiro já se identificou ao ler o livro?
— Vários. Alguns vão inclusive nas sessões de autógrafos. Meus passageiros são meus personagens, afinal. Eles são os primeiros a comprar os livros.
Qual das histórias contadas no livro foi a mais marcante e por quê?
— Já morreu um passageiro no meu táxi. uma corrida para o pronto socorro. Não imagino em nada que possa ser mais marcante que isso.
Qual foi a mais inusitada?
— Já recebi o pagamento da corrida em lingeries de uma menina que estava indo viver em um convento.
Você pretende lançar novos volumes do livro?
— Novos livros deverão ser lançados. No meio deste ano deve estrear a série de tv TAXITRAMAS.
Como você lida com a chegada de aplicativos para motoristas?
— Lido com naturalidade. Ponto.
O que mudou no trânsito da cidade desde que você começou a trabalhar com táxi?
— Os veículos melhoraram (bastante), mas aumentaram muito em quantidade (as ruas não acompanharam esse aumento).
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