Poucos comerciantes abrem as portas, mas clientes não aparecem

Embora o comércio estivesse praticamente todo fechado em Porto Alegre, na manhã desta terça-feira (23) no bairro Menino Deus, havia circulação considerável de pedestres. Entre eles, Claudio Mota, 54 anos, que foi levar o relógio para o concerto em uma relojoaria. 

Ele contou à reportagem que nem acompanha mais os decretos: 

— É um fecha, abre, abre e fecha.



Mota é da opinião que não deveria haver restrições ao comércio, porque "as pessoas têm que trabalhar, e a pandemia ainda vai durar muito". 

Dona Evani, como gosta se ser chamada, é proprietária de uma pequena cafeteria no bairro há 8 anos. Segundo ela, tem aberto o estabelecimento pela manhã e fechado à noite sem a visita de clientes:

— Já faz uns dias que nenhum cliente entra aqui. Coloquei cartazes na porta informando o serviço de pegue e leve, mas não funcionou. Abro, acendo as luzes e fico sozinha até a hora de apagá-las novamente. É muito triste o que estamos vivendo.

Dono de um comércio de materiais fotográficos na Getúlio Vargas, Filipe Corrêa, 37 anos, avaliou que ainda podia abrir sua loja por se enquadrar como microempreendedor. Mas ele relata que, se for solicitado pelos fiscais, vai voltar a fechar. A demanda, segundo ele, já está sendo muito baixa.



Os lojistas que desrespeitarem as novas restrições podem ser interditados e multados. Na segunda-feira, as ações de fiscalização buscaram orientar lojistas e estabelecimentos, mas, já a partir de hoje, podem ser aplicadas sanções.

Por Jéssica Rebeca Weber / Gaúcha ZH